A Necessidade de aceitar Quem Somos

O conflito de viver entre o que realmente somos e o que gostaríamos de ser pode roubar nossa energia e nos cegar; muitas vezes nos paralisar, acarretando grande desgaste físico e emocional. Também permite o surgimento de um sentimento de angústia, uma ausência do prazer de viver, que só será vencido quando aprendermos o desapego às ilusões. O desenvolvimento de uma boa autoestima e aceitação é imprescindível para mudarmos esse quadro e nos adequarmos a nossa realidade. Pensamentos de autovalor e de merecimento resgatam a condição íntima de amor próprio. Tudo o que não é aceito em nós, termina por fortalecer a sensação de culpa e inadequação.

Como amarei o outro senão consigo amar a mim mesmo?

A autoaceitação é curativa e nos traz de volta, alinha nossa alma com nosso corpo e recupera nossa paz. É fonte de saúde e um caminho para a bondade humana. Pede-nos simplesmente para sermos o que pudermos ser e para fazer o nosso melhor dentro do possível – e nada mais! Não compara, não critica de forma cruel, não se concentra somente nos erros e nem tem medo de cometê-los. Reconhece que estamos em um caminho de aprendizado e que errar é necessário – ou, ao menos, permitido.

O conceito junguiano de individuação envolve confrontar nossos aspectos sombrios, reconhecê-los e aceitá-los, promovendo, assim, nossa singularidade. A beleza do ser humano está justamente em ser quem ele é: único; autêntico; espontâneo; e criativo com seus erros e acertos, e com sua luz e sua sombra. Quando ajustamos a expectativa de como gostaríamos de ser à realidade do que realmente podemos ser, parece ocorrer um milagre, mas é o amor próprio atuando em nós e mostrando nossa originalidade.

É importante perceber que aceitar-se não é se acomodar no seu próprio jeito. É apenas não guerrear consigo mesmo, não se ofender com suas imperfeições. Aceitar-se é reconhecer que somos falhos, que muitas vezes fazemos más escolhas, que podemos ser mais frágeis do que gostaríamos, mas que, em tantas outras vezes, também acertamos e somos ótimos! Sendo emocionalmente honestos, podemos aprender com tudo isso e desenvolver atitudes de amor próprio e paz interior. Quando nos aceitamos, também aceitamos e permitimos ao outro ser como ele é e, por fim, deixamos de resistir à vida.

Celi Helena

Graduada em Psicologia, Especialista em Psicoterapia Junguiana, Psicossomática e Psicogerontologia. Atua na área clínica com psicoterapia, técnicas corporais de relaxamento, orientação vocacional e de carreira, programas pré e pós-aposentadoria. Participa de palestras/workshops sobre envelhecimento e preparo para a aposentadoria. CRP: 06/104040.
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